sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A Flor de Lótus



A flor de Lótus é venerada na Índia e no Japão como símbolo da espiritualidade; a semente de Lótus, pode ficar mais 5.000 anos sem água, a espera das condições ideais de humidade para germinar. Nasce na lama e só se abre quando atinge a superfície, onde só então mostra as suas luminosas e imaculadas pétalas. É também a única planta que regula seu calor interno, mantendo-o por volta de 35º, a mesma temperatura do corpo humano. O botão da flor tem a forma de um coração, e suas pétalas não caem quando a flor morre, apenas secam. O conhecimento espiritual supremo é comparado ao florescimento do Lótus de mil pétalas no topo da cabeça, como é chamada a expansão do chakra coronário.
Olhada com respeito e veneração pelos povos orientais, é frequentemente associada a Buda, por representar a pureza que emerge imaculada das águas lodosas.
Lótus é o símbolo da expansão espiritual, do sagrado, do puro.
"Nalini" é um nome indiano que literalmente traduz a "flor de lótus" do sânscrito. A flor de lótus tem um significado especial no hinduismo pois simboliza a pureza e beleza, além de ser uma flor que brota das águas lamacentas. Tudo isso representa que a beleza pode emergir nas mais difíceis e obscuras circustâncias. Pode-se encontrar também uma tradução de Nalini para "gayatri", que significa "Mãe dos Vedas". Os vedas representam as antigas escrituras hindu. Outra tradução ainda é "Mãe do Conhecimento".

A lenda budista conta-nos que quando Siddhartha, que mais tarde se tornaria o Buda, tocou o solo e fez seus primeiros sete passos, sete flores de lótus cresceram. Assim, cada passo do Bodhisattva é um acto de expansão espiritual. Os Budas em meditação são representados sentados sobre flores de lótus, e a expansão da visão espiritual na meditação (dhyana) está simbolizada pelas flores de lótus completamente abertas, cujos centros e pétalas suportam imagens, atributos ou mantras de vários Budas e Boddhisattvas, de acordo com sua posição relativa e relação mútua.
Do mesmo modo, os centros da consciência no corpo humano (chacras) estão representados como flores de lótus, cujas cores correspondem ao seu caráter individual, enquanto o número de pétalas corresponde às suas funções.
O significado original deste simbolismo pode ser visto pela semelhança seguinte: Tal como a flor do lótus cresce da escuridão do lodo para a superfície da água, abrindo as suas flores somente após ter-se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos, terra e água, que a nutriram - do mesmo modo a mente, nascida no corpo humano, expande suas verdadeiras qualidades (pétalas) após ter-se erguido dos fluidos turvos da paixão e da ignorância, e transforma o poder tenebroso da profundidade no puro néctar radiante da consciência Iluminada (bidhicitta), a incomparável jóia (mani) na flor de lótus (padma).

Apesar das suas raízes estarem na profundidade sombria deste mundo, a sua cabeça está erguida na totalidade da luz. Ele é a síntese viva do mais profundo e do mais elevado, da escuridão e da luz, do material e do imaterial, das limitações da individualidade e da universalidade ilimitada, do formado e do sem forma, do Samsara e do Nirvana.
Se o impulso para a luz não estivesse adormecido na semente profundamente escondida na escuridão da terra, o lótus não poderia voltar-se em direção à luz. Se o impulso para uma maior consciência e conhecimento não estivesse adormecido mesmo no estado da mais profunda ignorância, nem mesmo num estado de completa inconsciência um Iluminado nunca poderia erguer-se da escuridão do Samsara.
A semente da Iluminação está sempre presente no mundo, e do mesmo modo como os Budas surgiram nos ciclos passados do mundo, também os Iluminados surgem no presente ciclo e poderão surgir em futuros ciclos, enquanto existirem condições adequadas para vida orgânica e consciente.

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